Vestibular – Modernismo – Literatura – Questões 201 a 220
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201. (FCMSCSP)
“Não teve gueguê nem gagá. Seu Getúlio, me compreenda uma coisa, me desça o pau nessa corja. Eles lá muito monarcas no distúrbio e nós desboquemos pela praça Fausto Cardoso e casquemos a lenha. Cambada de cachorro, não acha vosmecê?”
O atual romance brasileiro, como exemplifica Sargento Getúlio (de João Ubaldo Ribeiro), a que pertence o excerto acima:
- deixando de lado a tradição regionalista da literatura brasileira, serve-se da linguagem coloquial para mostrar a importância dos meios de comunicação de massa na eliminação das peculiaridades dos falares locais.
- mantendo e enriquecendo a tradição regionalista, incorpora a linguagem oral como forma de expressão que não se dissocia da personagem e da ação.
- tendo encontrado na temática regional um filão desconhecido do público urbano, desenvolve-a numa linguagem que reproduz fielmente os falares locais.
- descobrindo novas formas de expressão até agora inexploradas, incorpora-as a um registro de linguagem de tendência clássica.
- retomando uma fonte esquecida depois do Romantismo, volta aos temas regionais, que documentam formas da cultura brasileira.
202. (VUNESP)
“Por que é então que este livro
tão longamente é enviado
a quem faz uma poesia
de distinta liga de aço?
Envio-o ao leitor malgrado
e intolerante, o que Pound
diz de todos o mais grato;
àquele que me sabendo
não poder ser de seu lado,
soube ler com acuidade
poetas revolucionados.”
O trecho faz parte do poema-dedicatória “A Augusto de Campos” (Agrestes, 1985). O poeta, autor também de Auto do frade, Museu de tudo, A escola das facas, A educação pela pedra, etc., refere-se a Augusto de Campos como leitor ideal e alude à corrente poética a que este pertence. O autor do trecho e a corrente poética desse virtual leitor são, respectivamente:
- Ferreira Gullar e Concretismo.
- Haroldo de Campos e neoconcretismo.
- Caetano Veloso e Tropicalismo.
- João Cabral de melo Neto e Concretismo.
- Carlos Drummond de Andrade e “geração de 45”.
203. (UFPR) Dias Gomes, Ariano Suassuna, Oduvaldo Vianna Filho e PlÃnio Marcos são dramaturgos brasileiros contemporâneos que escreveram, respectivamente:
- O santo inquérito, O auto da compadecida, O assalto, O abajur lilás.
- O berço do herói, A pena e a lei, O último carro, Quando as máquinas param.
- As primÃcias, Ãlbum de famÃlia, À prova de fogo, Barrela.
- O rei de Ramos, Farsa da boa preguiça, Senhora da boca do lixo, Homens de papel.
204. (UM-SP) A Poesia Concreta, lançada oficialmente em 1956, com a “Exposição Nacional de Arte Concreta” realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo, teve três poetas que iniciaram tal experiência. São eles:
- Augusto dos Anjos, Haroldo de Campos e Oswald de Andrade.
- Alberto de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos
- Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos
- Oswald de Andrade, Décio Pignatari e Augusto de Campos.
- Augusto dos Anjos, Alberto de Campos e Haroldo de Campos.
205. (VUNESP) Observe as afirmações abaixo:
I. O movimento reuniu músicos, escritores e pintores com a intenção de prestar uma homenagem póstuma a Mário de Andrade.
II. Música, pintura, escultura, literatura estiveram presentes no movimento que viria introduzir oficialmente o Modernismo no Brasil.
III. Um grupo de músicos baianos e cariocas agitaram o primeiro festival de música popular brasileira, realizado em São Paulo, coincidindo com uma exposição de pintura moderna, na década de trinta.
IV. Destacam-se os nomes de Graça Aranha, Ronald de Carvalho, Di Cavalcanti, Villa-Lobos e Brecheret.
Tem relação com a Semana de Arte Moderna apenas:
- I, II e IV
- I, II e III
- II e IV
- I e IV
- III e IV.
206. (VUNESP) Oswald de Andrade pertenceu a um movimento literário que apresentava as caracterÃsticas:
- rigor gramatical e métrica perfeita na construção do verso.
- preocupação com o culto e a descrição da natureza e dos seres.
- linguagem metafórica, sintaxe completa da frase e temas religiosos.
- bucolismo, idealização das personagens e imitação dos modelos greco-latinos.
- desrespeito ao rigor gramatical, liberdade temática e regionalismo.
207. (UFBA) São trechos que caracterizam a estética literária brasileira da geração de 22:
- “Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto-relevo
Faz de uma flor.”
- “A Inspiração é fugaz, violenta. Qualquer
impecilho a perturba e mesmo emudece.”
- “Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difÃcil e pungente dos bêbedos.”
- “Destruo toda esta arquitetura de importação literária, grega, rococó, colonial, servil”
- “Longe do estéril turbilhão da rua,
Benedito, escreve! (…)
……….
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”
208. (U.E. Londrina)
“Poema do beco
Que importa a paisagem, a Glória, a baia, a linha do horizonte?
– O que eu vejo é o beco.”
O poema acima é exemplo:
- do desejo de evasão da lÃrica romântica.
- do realismo social e da retórica de Castro Alves.
- da tendência surrealista e mÃstica de Jorge de Lima.
- da condensação poética e do lirismo de Manuel Bandeira.
- do rigor formal e do impessoalismo de João Cabral de Melo Neto.
209. (U.E. Londrina) O nome de Oswald de Andrade está sobretudo associado
- a um novo tratamento ficcional do regionalismo nordestino.
- a poemas lÃricos que ainda carregam influência simbolista.
- ao jornalismo polÃtico, demolidor, de denúncia social.
- a um nacionalismo que resgata em sua pureza o indianismo romântico.
- a uma revolução bem-humorada da linguagem da poesia e do romance.
210. (U.F. Uberlândia)
“Andorinha lá fora está dizendo:
– ‘Passei o dia à toa, à toa!’
Andorinha, andorinha, minha
cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa…”
(Manuel Bandeira)
Assinale a alternativa incorreta:
- trata-se de um poema épico porque ao grande tema corresponde a grande cena, e à grande cena corresponde a forma clássica, o que é uma caracterÃstica básica da poesia de Manuel Bandeira.
- o poema pode ser lÃrico, dramático, mas, em certa medida, épico também porque reflete criticamente a épica da vida moderna, em que a grande aventura é amortizada pelo duro impacto da rotina.
- ao “dia” na primeira parte sucede a “vida” na segunda, aprofundando-se a mera observação pelo sentimento que a cena desencadeia no “eu lÃrico”.
- os Ãndices da rotina da vida são marcados pelas repetições, pelos diminutivos e pelo caráter humilde da cena observada. tudo gera um sentimento de tristeza frente à vida reduzida à esfera do cotidiano.
- pode-se dizer que a forma do poema é binária porque ele se divide em duas partes, com duas vozes, dois tempos e dois espaços: de um lado o “eu” que observa, de outro o “mundo” observado.
211. (U.F.MG) Todos os seguintes poemas, extraÃdos de Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, são marcados pela visualidade e pela sÃntese verbal, exceto
- “Aprendi com meu filho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi.”
(3 de maio)
- “Bananeiras
Sol
O cansaço da ilusão
Igrejas
O ouro na serra de pedra
A decadência”
(São José del Rei)
- “Coqueiros
Aos dois
Aos três
Aos grupos
Altos
Baixos
(Longo da linha)
- “Lá fora o luar continua
E o trem divide o Brasil
Como um meridiano,”
(Noturno)
- “O transatlântico mesclado
Dlendlena e esguicha luz
Postretutas e famias sacolejam”
(Bonde)
212. (UFMG) Todos os seguintes fragmentos, retirados de manifestos do Modernismo brasileiro, apresentam princÃpios também contidos na obra Pau-Brasil, exceto
- A lÃngua sem arcaÃsmos, sem arudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.
- A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.
- Contra os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica (…)
- Temos de construir essa grande nação, integrando na Pátria Comum todas as nossas expressões históricas, étnicas, sociais, religiosas e polÃticas. Pela força centrÃpeta do elemento tupi.
- Uma visão que bata nos cilindros dos moinhos, nas turbinas elétricas, nas usinas produtoras, nas questões cambiais, sem perder de vista o Museu Nacional
213. (UFMG) Todas as alternativas apresentam informações corretas sobre Pau-Brasil, exceto
- Atualiza a poesia parnasiana e recupera sua aura.
- Corrobora a idéia de que a modernidade deve ser radical.
- Opta por se aproximar da fala brasileira.
- Transgride os limites entre prosa e poesia.
- Utiliza a paródia e a linguagem neológica.
214. (CENTEC-Bahia)
“No fundo do mato-virgem nasceu MacunaÃma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo de Uraricoera, que a Ãndia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de MacunaÃma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
– Ai! que preguiça!…”
O trecho acima pertence a uma obra que representa um marco do:
- Naturalismo.
- Parnasianismo.
- Simbolismo.
- Pré-Modernismo.
- Modernismo.
215. (CENTEC-Bahia)
“Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais.
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
todos os ritmos sobretudo os inumeráveis”
O trecho acima apresenta como caracterÃsticas do seu momento literário uma ruptura, respectivamente, em relação a:
- léxico – sintaxe – métrica.
- léxico – métrica – sintaxe
- sintaxe – léxico – métrica.
- sintaxe – métrica – léxico.
- métrica – léxico – sintaxe
216. (FATEC) As afirmações estão inteiramente corretas em:
- Apesar do interesse pela cultura brasileira e da ativa participação do movimento artÃstico representado pelo modernismo, Mário de Andrade só se dedicou à literatura.
- Mário de Andrade, escritor modernista que estendeu sua influência a todos os domÃnios da cultura brasileira, é também o criador da Academia Brasileira de Letras.
- Mário de Andrade, autor de MacunaÃma, Paulicéia Desvairada, e Amar, Verbo Intransitivo é um autor autenticamente paulistano. A temática de sua obra restringe-se à cidade de São Paulo.
- Mário de Andrade, escritor brasileiro, desempenhou importante papel na Semana de Arte Moderna de 1922 e participou ativamente da renovação deflagrada pelo movimento modernista.
- Profundamente ligado à cultura popular brasileira, Mário de Andrade não valorizava os autores estrangeiros e jamais os mencionava em seus textos.
217. (FATEC)
“Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo…
Tua beleza, Esmeralda,
Acabou me enlouquecendo.
Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo…
O sol tão claro lá fora,
E em minh’alma– anoitecendo
(…)”
Lendo as estrofes acima, extraÃdas do poema” O rondó dos cavalinhos” de Manuel Bandeira, é possÃvel afirmar que
- o uso da linguagem popular confere um tom patético e melancólico ao poema, destoando da elaboração estilÃstica do conjunto da obra do autor.
- o vocabulário caracteriza-se pelo uso coloquial das palavras e pela simplicidade rigorosamente elaborada, elementos presentes em outros poemas de Manuel Bandeira.
- a descrição da cena vivida é entremeada por reflexões e sentimentos que tornam o poema confuso, mal elaborado.
- representam uma tendência do Modernismo brasileiro que, despojando o poema de ritmo e seriedade, transforma a literatura em piada.
- as rimas pobres, a simplicidade do ritmo e a regularidade dessas estrofes são elementos que contribuem para a superficialidade do poema.
218. (FATEC) Leia atentamente as caracterÃsticas literárias que seguem.
- Visão de mundo centrada no indivÃduo; liberdade de criação; sentimentalismo; evasão no tempo, no espaço e na morte; mal-do-século; eleição de heróis grandiosos; subjetividade; supervalorização do amor.
- Concepção mÃstica da vida; interesse maior pelo particular do que pelo universal; ênfase na imaginação e na fantasia; conteúdo relacionado com o espiritual, o mÃstico, o subconsciente e o inconsciente.
- Quanto à poesia: utilização de versos livres, livre associação de idéias, valorização de fatos e coisas do cotidiano, humor; quanto à prosa: emprego de perÃodos curtos, utilização da fala coloquial, preocupação com a realidade.
- Objetividade; semelhanças das personagens com o homem comum; condicionamento das personagens ao meio fÃsico e social; detalhismo; crÃtica ao presente; valorização da inteligência e da razão.
Essas caracterÃsticas gerais referem-se, respectivamente, aos estilos;
- Ãrcade; Barroco/ Parnasiano; Romântico.
- Barroco; Modernista; Realista/Naturalista; Simbolista.
- Parnasiano; Romântico; Ãrcade; Modernista.
- Romântico; Simbolista; Modernista; Realista/naturalista.
- Romântico; Barroco; Modernista; Simbolista.
219. (U.F. do R.G. do Sul) Considere as seguintes afirmações sobre o Modernismo.
- A crÃtica explÃcita contida no poema “Os Sapos”, de Manuel Bandeira, satiriza abertamente os processos formais perfeccionista dos poetas parnasianos.
- Oswald de Andrade pensava o fazer poético como uma criação livre de quaisquer limitações, que valorizasse tanto o falar brasileiro como os temas da vida cotidiana.
- Os vários manifestos e o número expressivo de revistas de caráter estético, lançados na década de 20, revelam processos de continuidade das idéias defendidas durante a realização da Semana de Arte Moderna.
Quais estão corretas?
- Apenas I
- Apenas II
- Apenas III
- Apenas I e II
- I, II e III.
220. (U.F. do R.G. do SUL) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo.
São duas obras inovadoras, lançadas na década de 20. Em …… Oswald de Andrade realiza a primeira grande experiência de prosa modernista na ficção brasileira, compondo a obra predominantemente através de capÃtulos curtos onde estão presentes elementos poéticos. Por seu turno, Mário de Andrade, em ……, apropria-se lendas indÃgenas, tradições populares e cenas da vida cotidiana para a criação do seu “herói sem nenhum caráter”.
- Serafim Ponte Grande – Amar, Verbo Intransitivo
- Memórias Sentimentais de João Miramar – MacunaÃmaÂ
- A Escada Vermelha – Belazarte
- Pau-Brasil – Primeiro Andar
- O Rei da Vela – Paulicéia Desvairada.
Gabarito das questões 201 a 240