Literatura – Modernismo – Questões 101 a 120
101. (F. Carlos Chagas-SP) Graciliano Ramos escreveu um romance cuja personagem principal, lutando por riqueza e posição social, deixa-se contaminar pela agressividade que caracteriza o meio social em que vive. Aprofundando-se, portanto, na sondagem da personalidade do protagonista, o autor logrou, também, uma visão crÃtica da sociedade que determinou a maneira de ser da personagem. A obra em questão é:
- Insônia.
- Infância.
- Angústia.
- Vidas secas.
- São Bernardo.
102. (FUVEST-SP) Numa espécie de projeção utópica, sua personagem, um tipo de idealista bobo e desacreditado, alude a mudanças na estrutura social do Nordeste, com o advento de outra ordem em que o privilégio ceda ao princÃpio da justiça. Daà a crÃtica falar em figura quixotesca.
Dentre as personagens de Fogo morto, qual se enquadra nesta definição?
- Lula de Holanda.
- Coronel Zé Paulino.
- Antônio Silvino.d) Mestre Zé Amaro.e) Vitorino Carneiro da Cunha.
103. (F.Carlos Chagas-SP)Â A obra de Jorge Amado, em sua fase inicial, aborda o problema da:
- seca periódica que devasta a região do PiauÃ.
- decadência da aristocracia da cana-de-açúcar diante do aparecimento das usinas.
- luta pela posse da terra na região cacaueira de Ilhéus.
- vida nas salinas, que destrói paulatinamente os trabalhadores.
- aristocracia cafeeira, que se vê à beira da falência com a crise de 29.
104. (PUCC-SP) O modo tÃpico de um escritor regionalista da década de 30 conceber a personagem pode ser exemplificado pela caracterização de:
- Policarpo Quaresma, “um visionário”, patriota ferrenho, nacionalista extremado, que propugna pela instauração do tupi como lÃngua oficial e pela recuperação do folclore nacional.
- Aurélia, moça órfão que foi proclamada a “rainha dos salões fluminenses”, deusa dos bailes, a musa dos poetas e o Ãdolo dos noivos em disponibilidade.
- João Romão, que possuÃa uma “moléstia nervosa, uma loucura, um desespero de acumular”, denunciada imediatamente por seu fÃsico: “um baixote, socado, cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer”.
- Paulo Honório, de origem humilde, que se fez rico e poderoso proprietário, em desafio ostensivo aos valores tradicionais de uma sociedade rural, patriarcalista e latifundiária, em resistência às pressões da natureza.
- Antônio Maciel, o Conselheiro, que, com seus jagunços – produtos inevitáveis de um conjunto de fatores geográficos, raciais e históricos –, defende seu reduto até seu aniquilamento pelas Forças Armadas.
105. (MACK-SP) Sobre Graciliano Ramos é incorreto afirmar que:
- mostra-se interessado pelo comportamento, atitudes e conduta humana.
- é o introdutor do ciclo do cacau na literatura brasileira.
- tem uma visão panorâmica de seus personagens, daà resultando a conciliação da psicologia com o regionalismo.
- sua obra destaca-se pela concisão e sobriedade de estilo.
- reproduz muitas vezes a comunicação dos sertanejos e descreve a vida desolada de seres subumanos e animalizados.
106. (MACK-SP)
“[…] fecundo contador de histórias regionais, definiu-se certa vez ‘apenas um baiano romântico e sensual’. Definição justa, pois resume o caráter de um romancista voltado para os marginais, os pescadores e os marinheiros de sua terra…”
Pelas caracterÃsticas expostas no trecho acima, é possÃvel afirmar que se refere a importante autor regionalista brasileiro.
Assinale a alternativa em que se encontra o nome do mesmo.
- José Lins do Rego.
- Guimarães Rosa.
- José Américo de Almeida.
- Jorge Amado.
- Graciliano Ramos.
107. (FUVEST-SP)Â Assinale a alternativa em que ambos os romances citados evocam o mundo do internato e seus problemas:
- O Ateneu – Doitinho.
- Casa de pensão – Memórias sentimentais de João Miramar.
- Memórias póstumas de Brás Cubas – Infância.
- Menino de engenho – O Ateneu.
- O coruja – A normalista.
108. (UCP-PR) Dada uma seqüência de romancistas, formada por Machado de Assis, Lima Barreto e Jorge Amado, aponte a alternativa que apresenta, obedecendo a essa disposição, uma obra de cada autor.
- Dom Casmurro; Casa de pensão; Tenda dos milagres.
- Esaú e Jacó; Triste fim de Policarpo Quaresma, Terras do sem-fim.
- Memorial de Aires; Urupês; Gabriela , cravo e canela.
- Memórias póstumas de Brás Cubas; Recordações do escrivão IsaÃas Caminha; A bagaceira.
- Quincas Borba; Iaiá Garcia; Tieta do Agreste.
109. (UEL-PR) Na década de 30 do nosso século:
- o Modernismo viu esgotados seus ideais, com a retomada de uma prosa e de uma poesia de caráter conservador.
- a poesia se renovou significativamente, graças a poetas como Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes.
- não houve surgimento de grandes romancistas, o que só viria a ocorrer na década seguinte.
- predominou, ainda, o ideário modernista dos primeiros momentos, sendo central a figura de Graça Aranha.
- a poesia abandonou de vez o emprego do verso, substituindo-o pela composição de palavras soltas no espaço da página.
110. (UEL-PR) Refere-se a José Lins do Rego a seguinte afirmação:
- Tão próximo do estilo oral, ele nos narra o que viu e o que sabe da vida do Nordeste, sobretudo da agonia dos engenhos e das personagens que não se livram do peso do passado.
- Suas personagens podem parecer secas como a natureza da caatinga, mas isso não lhes elimina a complexidade psicológica, que este autor faz ver com seu estilo duro, preciso, objetivo.
- Ninguém o superou em sua forma de ironizar, em sua capacidade de tratar dos assuntos mais graves com um humor impiedoso, fruto da inteligência e da melancolia.
- Em seus contos de estréia já se podia prever o grande romancista, podia-se pressentir o fôlego maior de uma linguagem revolucionária, aberta à invenção e ao falar sertanejo das suas Gerais.
- Seu regionalismo é saboroso e arrebatador, transportando-nos para o tempo heróico das sagas gaúchas e fazendo-nos viver as histórias violentas das famÃlias em conflito.
111. (Unitau-SP) O estilo conciso, a linguagem sóbria, a técnica da interiorização e a análise psicológica caracterizam-no, principalmente em sua obra Angústia.
Trata-se de:
- Jorge Amado.
- Erico Verissimo.
- Graciliano Ramos.
- José Lins do Rego.
- Clarice Lispector.
112. (CESESP-PE) A partir de 1945, segundo um critério histórico, as tendências da literatura brasileira estruturam-se, configurando um quadro diferente daquele advindo de 1922 (Semana de Arte Moderna). Dentre as opções apresentadas, quais as que definem a nova tendência?
I. Anarquismo estético, justificado pela Segunda Guerra Mundial.
II. Preocupação existencial e metafÃsica que se aliava ao protesto, à s circunstâncias históricas.
III. Volta ao metro e à rima tradicionais, ao lado de novas invenções do verso.
IV. Busca da originalidade a qualquer preço.
a. I, II.
b. II, III.
c. III, IV.
d. IV, I.
e. IV. II.
113. (UFRS)Â O romance de Clarice Lispector:
- filia-se à ficção romântica do século XIX, ao criar heroÃnas idealizadas e mitificar a figura da mulher.
- define-se como literatura feminista por excelência, ao propor uma visão da mulher oprimida num universo masculino.
- prende-se à crÃtica de costumes, ao analisar com grande senso de humor uma sociedade urbana em transformação.
- explora até às últimas conseqüências, utilizando embora a temática urbana, a linha do romance neonaturalista da geração de 30.
- renova, define e intensifica a tendência introspectiva de determinada corrente de ficção da segunda geração modernista.
114. (PUCC-SP) João Cabral de Melo Neto é o poeta do Modernismo que se salienta por um constante combate ao sentimentalismo. “É o engenheiro da poesia.” Busca concisão e precisão nos seus poemas. No entanto, num terreno oposto, faz poesia de participação. Um seu poema, divulgado como peça teatral, justamente realiza uma análise social do homem nordestino, porém sem arroubos sentimentais.
O poema em causa é:
- “Invenção de Orfeu”. Murilo Mendes
- “Morte e vida severina”.
- “Jeremias sem chorar”. Cassiano Ricardo
- “Brejo das almas”. Carlos Drummond de Andrade
- n.d.a.
115. (UFOP-MG) Assinale a alternativa que apresenta João Cabral de melo Neto como “um poeta cuja poesia versa constantemente sobre o próprio fazer poético”.
- “A luta branca sobre o papelque o poeta evita,luta branca onde corre o sanguede suas veias de água salgada”.
- “Nas praias do Nordeste, tudo padececom a ponta de finÃssimas agulhas:primeiro com as agulhas de luz.”
- “O que o mar não aprende do Canavial:a veemência passional da preamar;a mão-de-pilão das ondas na areia,moÃda e miúda, pilada do que pilar.”
- “(O sol em Pernambuco leva dois sóis,sol de dois canos, de tiro repetido;o primeiro dos dois, o fuzil de fogo,incendeia a terra: tiro de inimigo.)”
- “Os rios, de tudo o que existe vivo,vivem a vida mais definida e clara.”
116. (PUC-RS)
“Entre a paisagem
o rio fluÃa
como uma espada de lÃquido espesso:
como um cão
humilde e espesso.
Entre a paisagem
(fluÃa)
de homens plantados na lama;
de casas de lama
plantadas em ilhas
coaguladas na lama;
paisagens de anfÃbios
de lama e lama.”
Como demonstram as estrofes acima, é no livro O cão sem plumas que João Cabral de melo Neto inicia a temática centrada no:
- social.
- eu.
- poético.
- objeto.
- despojamento.
117. (PUCC-SP)
“Sertão. Sabe o senhor: o sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar. Viver é muito perigoso.”
Pelo fragmento acima, de Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, percebemos que neste romance, como em outros textos regionalistas do autor:
- o conflito entre o eu e o mundo se realiza pela interação entre as personagens e o sertão, que acaba por ser mÃtico e metafÃsico.
- o sertão é um lugar perigoso, onde os habitantes sofrem as agressões do meio hostil e adverso à sobrevivência humana.
- não existe uma região a que geograficamente se possa chamar “sertão”: ela é fruto da projeção do inconsciente das personagens.
- a periculosidade da vida das personagens está circunscrita ao meio fÃsico e social em que vivem.
- há um conceito muito restrito de sertão, reduzido a palco de luta entre bandos de jagunços.
118. (USF-SP) A respeito de Guimarães Rosa é correto afirmar que:
- transmitiu ao nosso regionalismo valores universais, ao abordar dúvidas do próprio homem, numa linguagem recriada poeticamente.
- continuou a tradição das obras regionalistas anteriores, especialmente as do ciclo da cana-de-açúcar, que denunciam a injustiça social.
- foi mais valorizado como poeta, pela retomada dos recursos expressivos da lÃngua, com sua linguagem plena de sonoridades e figuras literárias.
- retomou a influência cientÃfica e a linguagem objetiva e enxuta de Euclides da Cunha, autor de Os sertões, para explicar a psicologia do sertanejo.
- foi um autor de vanguarda que procurou mostrar as várias regiões do paÃs, a partir de uma visão subjetiva e extremamente poética.
119. (PUCC-SP) Guimarães Rosa – numa linguagem em que a palavra é valorizada não só pelo seu significado, como também pelos seus sons e formas – tomou um tipo humano tradicional em nossa ficção, o jagunço, e transportou-o, além do documento, até a esfera onde os tipos literários passam a representar os problemas comuns da nossa humanidade.
Exemplifica as palavras acima o trecho de Guimarães Rosa:
- “O chefe disse: me traga esse homem vivo, seu Getúlio. Quero o bicho vivão aqui e, pulando. O homem era valente, quis combate, mas a subaqueira dele anganchou a arma, de sorte que foi o fim dele. Uma parabelada no focinho, passarinhou aqui e ali e parou.”
- “À sua audácia e atrocidade deve seu renome este herói legendário para o qual não achamos par nas crônicas provinciais. Durante muitos anos, ouvindo suas mães ou suas aias cantarem as trovas comemorativas da vida e morte desse como Cid, ou Robin Hood pernambucano, os meninos tomados de pavor adormeceram mais depressa do que se lhes contassem as proezas do lobisomem ou a história do negro do surrão muito em voga entre o povo naqueles tempos.”
- “João Miguel sentiu na mão que empunhava a faca a sensação fofa de quem fura um embrulho. O homem, ferido no ventre, caiu de borco, e de sob ele um sangue grosso começou a escorrer sem parar, num riacho vermelho e morno, formando poças encarnadas nas anfractuosidades do ladrilho.”
- “Qu’é que me acuava? Agora, eu velho, vejo: quando cogito, quando relembro, conheço que naquele tempo eu girava leve demais, e assoprado. Deus deixou. Deus é urgente sem pressa. O sertão é dele. Eh! – o que o senhor quer indagar, eu sei. Porque o senhor está pensando alto, em quantidades. Eh. Do demo?”
- “O tiroteio começou. A princÃpio ralo, depois mais cerrado. O padre olhava para seu velho relógio: uma da madrugada. Apagou a vela e ficou escutando. Havia momentos de trégua, depois de novo recomeçavam os tiros. E assim o combate continuou madrugada adentro. O dia raiava quando lhe vieram bater à porta. Foi abrir. Era um oficial dos farrapos cuja barba negra contrastava com a palidez esverdinhada do rosto.”
120. (F. Carlos Chagas-SP) Em Grande sertão: veredas, de Guimarães rosa, ergue-se como presença dominadora a terra bruta dos confins de Minas Gerais; as personagens figuram o Homem endurecido pela rude lida do sertão; e o enredo é a Luta épica entre grupos de jagunços. Esses três elementos estruturais lembram uma semelhança básica com:
- O sertão, de Coelho Neto.
- Canaã, de Graça Aranha.
- Os caboclos, de Waldomiro Silveira.
- Urupês, de Monteiro Lobato.
- Os sertões, de Euclides da Cunha.
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Modernismo – Gabarito das Questões 81 a 120
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