Câncer – o que é
Esta matéria faz parte do trabalho cientÃfico sobre o Cogumelo do Sol editado pelo INCA – Instituto Nacional do Câncer
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Câncer o que é
A cada dia, tornam-se mais freqüentes os diagnósticos de câncer. Nos paÃses desenvolvidos estas doenças, também chamadas de málignas, já representam a segunda maior causa determinante dos óbitos, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares.
Não se trata de uma epidemia. Ocorre que o melhor controle sobre as demais doenças vem permitindo uma vida mais longa, o que abre espaço para o desenvolvimento do câncer. Temos hoje mais de duzentas doenças agrupadas sob o nome de câncer. Todas resultando do crescimento autônomo e desordenado de uma pequena parte do organismo.
Entretanto, na prática médica, cada uma delas é abordada de forma diferenciada e tratada de acordo com seu órgão de origem e extensão no organismo.
O termo câncer foi empregado pela primeira vez na Grécia Antiga. Observando-se que algumas feridas pareciam penetrar profundamente na pele, comparou-se este comportamento ao de um carangueijo (karkinos em grego, câncer em latim) agarrado à superfÃcie. Apesar de reconhecidas há tanto tempo, somente com a descoberta do microscópio que o estudo das doenças málignas pôde evoluir. A partir da identificação da célula como a unidade funcional dos organismos evoluÃdos, foi possÃvel compreender um pouco melhor o desenvolvimento das doenças málignas.
A Célula :
A célula é a menor porção do nosso organismo capaz de criar sua própria energia, crescer e se multiplicar. São estruturas que medem milésimos de milÃmetros, isto é mil vezes menores que uma bolinha de gude.
Todos os órgãos do corpo são formados por células, e cada uma delas apresenta caracterÃsticas adequadas à função que desempenha. Por exemplo, as células musculares são alongadas, agrupam-se em feixes, e têm a capacidade de se encurtar. Estas particularidades permitem que o músculo se contraia quando estimulado, criando movimento. Já as células da pele são achatadas e dispostas em diversas camadas. Produzem grande quantidade de proteÃnas que formam um revestimento impermeável, constituindo-se numa importante barreira à entrada de substâncias quÃmicas ou invasão por agentes infecciosos.
De fato, em cada órgão do corpo, vamos encontrar células que se diferenciaram para o melhor desempenho de suas tarefas. É somente através da multiplicação celular que o organismo pode crescer e reparar-se. Neste processo, uma célula origina duas outras exatamente iguais, que passam a ocupar o seu lugar. Orientadas pelas necessidades do organismo, células jovens estão constantemente se dividindo para substituir suas estruturas obsoletas e permitir seu crescimento.
No indivÃduo adulto, esta multiplicação ocorre, exclusivamente, para substituição de células mortas e reparação de estruturas, sendo todo o processo rigorosamente controlado.
Material Genético :
Apesar da multiplicidade de formas e localização dentro do corpo, todas as células de um organismo apresentam o mesmo material genético. No interior de cada célula, encontram-se dados suficientes para reproduzir toda a estrutura do organismo.
As moléculas do Ãcido Desoxiribonucleico (DNA), que formam os cromossomos, arquivam estas informações, estabelecendo a forma e a função de cada elemento do nosso corpo. Cada pedaço de DNA com uma informação completa é chamado de gene, enquanto o conjunto de todo este material recebe o nome de genoma.
O crescimento, a multiplicação e a diferenciação de todas as células são determinados por estes comandos genéticos. Podendo ser definido como uma verdadeira planta do organismo, que estabelece cada detalhe de sua arquitetura, o genoma é uma “herança eterna”, recebida dos pais e transmitida aos filhos. No momento da concepção, espermatozóide e óvulo se fundem, cada um deles contribuindo com a metade do material genético do futuro embrião.
Durante o crescimento do organismo, a cada divisão celular, o genoma é integralmente transmitido para todas as células filhas.
Mutações :
As moléculas de DNA, responsáveis pelo plano de formação e funcionamento de todas as células do nosso organismo, estão sujeitas a modificações. Fatores externos, como substâncias quÃmicas, radiações e infecções virais podem interferir em sua estrutura, alterando a informação básica da célula.
Estas alterações, chamadas mutações, na maioria das vezes não trazem repercussões à forma ou função das células. Entretanto, quando ocorrem em “genes chaves”, responsáveis pelo controle do crescimento, multiplicação ou diferenciação das células, mesmo pequenas modificações podem determinar profundas transformações no seu comportamento.
O Câncer:
Os incrÃveis avanços da Biologia Molecular permitiram compreender o câncer a partir das alterações no material genético de suas células.
Mutações em determinados genes alteram os comandos de divisão, diferenciação e morte celular, permitindo sua multiplicação desenfreada. Com seus mecanismos de controle da divisão inoperantes, a célula conquista plena autonomia, podendo crescer e se multiplicar independentemente das necessidades do organismo.
Através de sucessivas divisões, a célula, agora chamada de maligna, acaba formando um agrupamento de células praticamente idênticas que recebe o nome de tumor.
Diante desta perda de controle intrÃnseco da multiplicação celular, só resta ao organismo tentar identificar e destruir estas células anormais através do seu Sistema Imunológico. Se este sistema mostrar-se ineficaz, a doença passará a ter condições de evoluir. As mutações vão se acumulando no genoma da célula, determinando novas alterações no seu comportamento.
As células málignas podem, por exemplo, adquirir a capacidade de disseminação, crescendo em áreas do corpo distantes de seu órgão de origem. Estes focos de crescimento a distância chamam-se metástases.
Isto é o câncer: um grupo de células, crescendo descontroladamente, capazes de invadir estruturas próximas e, ainda, espalhar-se para diversas regiões do organismo.
Não há, entretanto, possibilidade de transmissão entre pessoas, mesmo nos contatos mais Ãntimos. Qualquer célula maligna que penetrasse em outro corpo seria rapidamente destruÃda pelo Sistema Imunológico deste organismo.
Todo câncer é formado por células que, ao sofrerem modificações caprichosas no seu material genético, passam a apresentar crescimento e multiplicação desordenados. Estas células deixam de responder aos mecanismos de controle do organismo, duplicando-se continuamente para criar os tumores. Algumas células málignas adquirem a capacidade de migrar e se desenvolver em outros órgãos muitas vezes distantes do seu local de origem. Este último processo dá origem às metástases, um importante obstáculo ao controle do câncer.
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Sumário do trabalho cientÃfico sobre o Cogumelo do Sol:
- Cogumelo do Sol: A Ciência e A Natureza
- Cogumelo do Sol: Pesquisa do Prof.Dr. Ricardo Veronesi
- História do Cogumelo do Sol agaricus br
- Câncer – o que é
- O que é o sistema Imunológico?
- Em quais casos eu posso usar o cogumelo do sol agaricus br?
- Cogumelo do Sol: notÃcias na imprensa
- Leucemia
Copyright © 1996-1999 INCA – Ministério da Saúde
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