Amor... Hoje estou triste...
Nesses dias
a vida de repente se reduz
a um punhado de inúteis
fantasias...
... Sou uma procissão só de
homens nus...
Olho as mãos, minhas pobres mãos
vazias
sem esperas, sem dádivas, sem
luz,
que hão semear vagas melancolias
que ninguém vai colher, mas que
compus...
Amor, estou cansado, e amargo, e
só...
Estou triste mais triste e pobre
do que Jó,
- por que tentar um gesto? E
para quê?
Dê-me, por Deus, um trago de
esperança...
Fale-me, como se fala a uma
criança
do amor, do mar, das aves... de
você!
(
Poema de JG de Araujo Jorge
" O Poder da Flor " - 1969 )